Meu nome é Lucas, mais um nerd louco solto nesse
mundão de quadrinhos, filmes, livros, card games, board games, RPG, música,
etc, etc, etc...
Falei com os “donos da paçoca” aqui do blog esses
dias, disse que tenho acompanhado as postagens desde o início e fiz uma
proposta, que foi bem vista e aceita por eles. A partir desse momento, serei o
responsável por trazer a vocês, leitores, reviews de filmes, quadrinhos,
colecionáveis... Ou seja, os mais variados assuntos aleatórios do universo
geek.
Começo meus trabalhos por aqui com o review de uma
graphic novel formidável: Coringa. O gibi foi lançado em 2008, escrito por um
dos autores mais bacanas da última década, Brian Azzarello (100 balas) e com arte do Lee Bermejo (Before Watchmen: Rorschach). Como diz o
título, o livro inteiro é sobre o Coringa (um dos meus personagens favoritos),
colocando o dedo bem na ferida de todo o mito ao redor do Homem Morcego. Acho
que o aspecto mais legal do título é o fato de ser completamente narrado por um dos capangas do Joker nesse arco, o Jonny Frost. Tem uma entrevista bem
bacana do autor no Newsarama sobre essa história nesse link http://www.newsarama.com/924-exploring-the-joker-brian-azzarello-talks.html
Por que é
legal?
Primeiramente, a graphic é legal por... Bom... É o
Coringa né! Caramba, uma história inteira só sobre o personagem mais
caoticamente psicótico de todos os tempos! Uma chance de a gente entender todas
as tramoias, planos malignos e maquinações desse cara! Quais os impulsos, motivações,
vontades... O que move o Coringa? O que o faz ser do jeito que é? Por que ele é
assim, afinal?
“Nossa, cara! Que legal! Mas diz aí, o gibi conta
mesmo tudo isso?” você me pergunta. Não, claro que não. Ou sim. Mas isso
depende de como você vê o personagem. Calma, vou tentar deixar mais claro.
O enredo
Magicamente, depois de um período internado, o
Joker é liberado do Asilo Arkham. Na teoria, ele é solto porque não é mais
“maluco” (aham, senta lá Claudia). Enquanto ele esteve preso, o submundo de Gotham
foi dividido entre os mafiosos de médio porte. Ao voltar à cidade e ver tudo
jogado às traças, o Coringa tenta reaver o poder e unificar a sociedade do
crime da cidade novamente. Jonny Frost é o cara escolhido pra buscar o vilão no
Asilo, que logo desenvolve certo “afeto” pelo narrador da história. Não
entrarei em detalhes pra não entregar os spoilers.
Os traços de Bermejo entregam ao quadrinho um tom
bem obscuro (Bermejo disse que se inspirou no Coringa de Ledger pra desenvolver
o seu), com traços brilhantemente confusos pra seguir os diálogos complexos e
psicologicamente muito bem construídos. Sabendo da inspiração dos autores, dá
pra entender o tema sombrio adotado no livro inteiro. Esse Coringa não é um
cara mal. Não é mesmo. Ele é ruim. Aleatório, imprevisível, cruel,
inteligente... Louco. Palhaço, engraçado, mas louco. Completamente estragado. O
que eu disse anteriormente sobre o gibi entregar quem ele é de fato e a
resposta ser “sim” e “não” ao mesmo tempo tem a ver com esses aspectos
psicológicos escritos de forma intrigante e deliciosamente aprazível dos
autores. As respostas são simplesmente complexas:
Dá pra saber
quem ele é? Não, impossível determinar. Sim, ele é um maluco solto na sociedade.
Por que ele
faz o que faz? Não há nenhuma explicação sobre
isso. Ele faz porque ele quer, faz porque ele pode.
O que move o
Coringa? Não há nada concreto na graphic novel que
explique suas motivações. Ele é o caos, o que o motiva é a busca pela beleza do caótico.
Sinopse
O livro nos entrega um Coringa sendo o Coringa que
todos nós amamos. Ou não. Não é uma história fácil, muito pelo contrário. Há
uma exigência de compreensão para entender o contexto que deve ser livre de
conceitos ou julgamentos. Vejam bem: o que ele faz não é correto. Mas seus
objetivos não deixam de ser legítimos e o caminho escolhido para suas
conquistas é condizente, dentro do
universo criado por ele mesmo dentro da sua cabeça. Leitura obrigatória pra
qualquer um que goste do Morcegão e de tudo que se relaciona a ele.
Ah! Só um spoiler: Bruce Wayne aparece pra dar um
cacete no Coringa no final. Mas, pra mim, ficou meio fora de contexto. O livro
inteiro é sobre o caos e tudo que envolve as ações do Coringa pela cidade. A
presença do Batman (nas 4 últimas páginas da graphic, diga-se de passagem), me
pareceu uma tentativa meio desesperada de mostrar a supremacia do bem sobre o
mal. Afinal de contas, depois de tantas atrocidades ao longo do texto, por que
motivo é só no fim que o herói aparece?
Leiam a história e me digam o que acham.
Valeu galera! É nóis!
Até a próxima ;)
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